segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EM ALGUM LUGAR DA 153

É,
cê já trocô tiro?
Já viveu debaixo do gosto
de saber que pode morrer,
e que tudo pode acabar ali?
É,
cê já escutô o cheiro da morte?
É doce e insensível
e muitos correm da cor
dos seus olhos sem vida.

É,
cê já correu ferido nas costas,
deixando seu sangue esparramado.
Escrevendo no chão a certeza
de uma cicatriz e uma vingança.
É,
cê já disputô esquina,
deu porrada nos mano
sem medo ganhô a rua e as mina
e voltô galudo e noiado.

Assim nascem os heróis,
as lendas que escrevem com sangue
seus nomes nas memória
dos mano e das mina.

É,
cê já ficou engaiolado,
vendo o sol nascer quadrado.
Dormindo com um olho só, nunca com os dois,
pronto pra matar pra não morrer.
É,
cê já teve que engoli paga pau,
com vontade de sangra os bicho,
até dormir com os dois olhos
e acordar noutro mundo?

Assim morrem os heróis
as lendas que escrevem com sangue
seus nomes na memória
dos mano e das mina.

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