NUM DIA DE ABRIL DE 2011

FLORES BALEADAS,
PÉTALAS PERFURADAS.
PODERIAM SER RETINAS,
PODERIAM SER MENINAS,
POIS O CHUMBO NÃO SE IMPORTA
JÁ QUE QUEM DISPAROU
TAMBÉM NÃO TÁ NEM AÍ.

INSENSÍVEL AO QUE SE ESVAI,
SE É PERFUME OU A DOR DELE;
SE É INFÂNCIA OU A COR DELA;
COMPÔE UMA SANGRENTA AQUARELA
NA CORES DE UMA MANHÃ.

UMA ESCOLA EM FESTA,
UM PORTÃO SEM SENHA NEM LOGIN.
PASSOS TRANQUILOS AO ENTRAR
GERARAM PASSOS DESESPERADOS,
BUSCANDO UMA ROTA DE FUGA
EM MEIO A GRITOS AFLITOS.
EIS AS CORES DE UMA MANHÃ.

QUE CALENDÁRIO É ESSE?!
CALEIDOSCÓPIO DE DIAS,
ONDE SOMOS ESPECTADORES DE DORES
QUE RAPIDAMENTE SERÃO ESQUECIDAS
ANTE NOVAS CORES EM NOVAS MANHÃS.

MESMO QUE A MÍDIA ESQUEÇA,
É IMPOSSÍVEL TANTA PRESSA
PRA QUEM VIVEU O TRAUMA
E VIU A VIDA PERDER A CALMA
NUMA MÚSICA DE ASFALTO E CIMENTO,
VINDA DE UM MUNDO INSANO
DA CABEÇA DE UM INSANO.

EPOPÉIA DE GIGANTES,
ONDE LÁGRIMAS SÃO INSTANTES
QUE VIRARÃO CICATRIZES ETERNAS.
VIRÃO DIAS DIFERENTES DESSE
NO CALEIDOSCÓPIO DOS DIAS?

SEREMOS ESPECTADORES PRA SEMPRE?
ATÉ QUANDO, AO SERMOS ESPRIMIDOS,
SERÁ ISSO QUE VAI ESCORRER DE NÓS
EXPRIMINDO O QUE DE FATO SOMOS?

TODA MANHÃ PARI  SEUS MORTOS
COMO UMA MATERNIDADE DESMIOLADA
MÁS TREMENDAMENTE FUNCIONAL.
NADA MAL!! OUÇA-LHE O SOM...

ESSA É A MELODIA DE CIMENTO E ASFALTO
VINDA DE UM MUNDO INSANO
DA TANTAS CABEÇAS INSANAS,
QUE BALEIAM FLORES E PERFURAM PÉTALAS
NAS CORES DE UMA MANHÃ.